Suzumiya Haruhi no Yuutsu Portugal
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Suzumiya Haruhi no Yuutsu Portugal

Vamos falar aqui sobre o famoso anime e manga da Haruhi :D
 
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 [SHY] .:: A Morte de Kyon ::.

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digi-alchemist
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MensagemAssunto: [SHY] .:: A Morte de Kyon ::.   [SHY] .:: A Morte de Kyon ::. EmptyDom 30 maio 2010, 01:59

**** A MORTE
DE KYON ****



Depois do fim da Brigada SOS,
Kyon aparecera morto junto à entrada da Torre de Tóquio. O que
acontecera?

Será que ele havia se jogado de lá de cima?

Se
assim tiver sido, ou mesmo se não, entendo-o. Se aquela mente
irreversível de Suzumiya Haruhi não pudera ser mudada, então a única
solução era se afastar dela. Porém, em vida, isso era praticamente
impossível. “Melhor será viver solitário, do que com uma rixosa por
companhia” ecoa pelos séculos. Um ditado sábio, de há muito. Ainda mais
quando a tal rixosa de que se fala é, ningúem menos ou diferente de,
Suzumiya Haruhi.

Kyon dela se livrar — ou não — em vida
certamente será impossível. A menos que ele possa se mudar para aquela
ilha oculta do mapa, lugar que certa vez eu vi no filme “A Colônia”,
para a qual o protagonista, interpretado por Jean-Claude Van Damme, fora
levado... Mas esse lugar não existe, realmente. Isto é coisa de filme
de Hollywood, apenas.

Repito: a menos que ele possa encontrar
algum lugar oculto na terra, fora do alcance de Suzumiya Haruhi, ele
terá que sair do mundo. Sem outra escolha, ele terá de deixar este
plano.

E assim ele fez. Depois das aulas, ele tomou um rumo
diferente. E, em vez de, instintivamente, subir aquela ladeira, como
houvera feito em cada dia de aulas nos últimos três anos, a fim de
chegar à sala da Brigada, ele caminhou até uma estação de trem. Ele paga
a pasagem e aguarda na estação. Conferiu se até aquele momento alguém o
havia seguido. Nesse instante, o trem chega, e nele Kyon embarca.

A
este momento de ócio, lembranças lhe vêm à mente. Afora todas as coisas
estranhas que aconteciam a ele, ou perto dele, quando estavam reunidos
na sala da Brigada ou em outra parte... Afora todo fato incomum,
canhestro, inusitado, por ele testemunhado (e, por vezes, vivido na
própria pele!), Kyon percebe que todo o resto, tudo o que acontecia de
forma coadjuvante aos estranhos fenômenos provocados ou não pela Haruhi,
parecia se repetir em uma sucessão ordenada de fatos corriqueiros,
previamente agendados por alguém. Alguém esse que poderia ser a Skuld,
uma das Nornas, que junto a Urd e a Verthandi, a tríade de deusas do
destino na mitologia nórdica. Ou, quem sabe, qualquer dos senhores de
dinheiro a nos monitorar, usando o ECHELON para nos bisbilhotar a cada
passo. Ou, quem sabe, a própria Haruhi estivesse por detrás de tudo
disso.

À vista de todas essas coisas, percebemos haver um ser.
Um ser transcedente que está a nos acompanhar a cada dia de nossas
existências. E Kyon, como um ser normal, não estaria, é claro, fora da
jurisdição desse dito ser — seja este ser Haruhi ou não.

Lamtoche.
Pelo áudio do trem, o condutor anuncia a próxima estação. Tóquio.
“Finalmente”, diz Kyon consigo.

Saindo da estação, Kyon segue
pelas ruas o caminho estritamente necessário. Em meio às outras pessoas
ele se mistura, e com elas ou por entre elas, caminha passo a passo. Seu
andar melancólico prossegue, até que avista, de relance, o alto da
Torre de Tóquio. Nesse momento, uma distância de cerca de trezentos
metros o separa da construção. Ele cobre essa distância no mesmo ritmo
que seguia desde a estação. À semelhança de Yuki Nagato, ele seguia sem
dar atenção ao que acontecia ao seu redor. Em sua face, expressão alguma
havia. Em seus olhos, apenas triste melancolia. E os trezentos metros
horizontais se acabaram quando Kyon se aproxima da entrada da torre.
Ele, pois, adentra ao ambiente e segue rumo ao elevador que o fará
vencer a distância vertical que havia entre o mirante e o solo.

Dentro
do elevador, ele põe seus olhos no painel eletrônico. Este indicava que
faltava pouco mais de meia hora para o encerramento das visitações. 34
minutos, para ser mais exato. O elevador começou então a subir, indo sem
parar até o alto da torre.

Faltava meia hora para a torre
fechar as portas. Junto às janelas de vidro, Kyon contemplou cabeças. As
Cabeças de Krumn. Cabeças de uma multidão que, de noitinha, pareciam
tomar conta das ruas daquela megacidade. E ali, ele meditou sobre sua
vida. Tudo que havia ocorrido nos seus últimos três anos... Cenas se
passavam como um filme em sua frente. Um filme confuso. Por vezes,
assustador. Como ele havia aguentado a louca da Suzumiya-san por cerca
de mil dias? Mil dias! Quase mil e cem, em verdade, quando contados com
os domingos, feriados e dias de recesso escolar, vulgo férias escolares.
Como?

Talvez, a resposta para estas inquietantes questões sobre
a Haruhi, sobre Kyon, sobre a Brigada e tudo o mais... Talvez, tudo
isso esteja fora de nosso alcance. Talvez.

— EU TE ODEIO,
HARUHI!

Uma voz masculina forte ecoa pelos cantos. Um grito. Um
clamor do fundo da garganta de alguém. Incompreendido pela
incompreensível.

Com a força de um furacão, como o Katrina, uma
cadeira atravessa o ar, rumo a janela de vidro. Este, não resistindo à
energia cinética do objeto voador que está em sua direção, cede,
quebrando-se em vários pedaços. Todo o vidro de um inteiro vão da janela
cede, e uma chuva de pequenos cacos de vidro irrompe lá do alto. Logo
atrás dela, um vulto corre, alçando um alto voo rumo à inexistência do
vazio de lá fora. Liberdade, como o voo de escape de uma Coréia do Norte
comunista, sedenta por sangue. Até que eu morra e diga adeus, ninguém
nunca irá me pegar!

O pesado vulto adquire velocidade. Na
vertical. E para baixo. Centenas de metros pelos quais os ares corta,
enquanto uma rápida sucessão de cenas, quais fotogramas dum filme, se
passam em sua mente. Uma mente, outrora normal, que, devido à exposição e
convivência com uma mente irreversível, tornara-se por demais confusa.
Embora se esforçasse por resistir, Haruhi não lhe deixara escolha.

Porém,
tais cenas deram lugar a uma escuridão, negra como a noite. E o barulho
de um objeto não aerodinâmico a cortar os ares durante a queda deu
lugar ao silêncio absoluto. Um silêncio. Ensurdecedor. Ou a surdez, a
própria.

— Que foi que aconteceu?

— Parece que alguém se
atirou de lá de cima.

— Quem será ele?

Um burburinho
tomou conta daquela parte da rua. Curiosos se ajuntaram ao redor daquele
corpo inerte. Daquele corpo que, por longos três anos, se viu
irrespnsavelmente puxado para cá, para lá, por uma guria de cabelos
amarrados do jeito peculiar, envoltos por uma fita amarela. Uma guria
cujos olhos cor de ébano muitas vezes estiveram a encarar aqueles que
outrora estavam abertos e se mexiam. Uma guria de atitudes estranhas,
entediada com o mundo e com todos os seus habitantes. Uma guria que, a
estas horas, não sabia que aquele, a quem quotidianamente xingava de
idiota, quando não, de coisa pior, jazia ao pé de São Pedro a implorar
pelo perdão divino pelos erros que cometera em vida.

Quanto ao
vulto chamado Kyon, dele ninguém sabe. A ele, ninguém viu.

O caso
do misterioso suicida foi noticiado na televisão,como era se de
esperar. Nossa, esses mercenários da notícia! Por causa deles, na manhã
seguinte, os jornais de papel e de internet, a texto e a foto,
noticiaram o fato.

Haruhi estava a ir para o colégio, último dia
de aulas. Ela passa por perto de uma banca de jornais. As normais
notícias de sempre — que, é claro, ela detestava, por entediantes a ela
serem — estavam lá, estampadas em manchetes e fotografias, para todo
mundo ver.

Ela seguiu para o colégio. A carteira à sua frente,
na qual Kyon havia de se sentar como de costume, hoje estava vazia.

Burburinhos
à parte, Haruhi saiu da sala durante o intervalo. Pelos corredores
corria algo. Uma conversa, como que repetida pelo vento, se espalhou por
todo o colégio. Ela não quisera dar ouvidos. Estava muito indignada por
causa de Kyon ter faltado a aula, naquela manhã. Será que ele está
tentando se afastar da brigada SOS? Era o que ela dizia consigo mesma. E
assim seguiu, até depois das aulas.

Ela se dirigiu à sala da
brigada SOS. Ao abrir a porta, como sempre, de forma abrupta e
triunfante, se depara com uma Asahina-san em prantos, cujas lágrimas se
escorriam dos olhos. Koizumi estava parado, nada dissera, parecendo
aguardar uma explicação lógica e racional da chefe da brigada para o
ocorrido. Nagato, como sempre, lendo naquele canto, não parecia ter sido
afetada pela situação. Enfim, um silêncio aterrador tomava conta da
sala da brigada. Esforço de uma Mikuru em não soltar um gemido que
fosse.

— Ei, pessoal?

Ela não consegue entender o
porque daquilo. Afinal de contas, não era um espaço restrito. Era o
normal espaço da sala da brigada. E todos ali, como de costume. Todos,
menos...

— Ué? Kyon? Onde você está?

Ela gritou tal frase
como se ela soubesse que Kyon estava às escondidas. Mas isso não era do
feitio dele. Ele se sentava à mesa, ficava a jogar com Koizumi. Sempre o
havia encontrado assim, desde que Koizumi-kun havia entrado para o
clube.

— Você é a única que não sabe, não é? — disse Koizumi a
ela.

— Onde ele está, Koizumi? Onde???

— Na internet. —
respondeu o esper, apontando o computador que, um dia, havia sido levado
à força da sala do Clube de Informática, numa espécie de extorsão
misturada com chantagem caluniosa.

— A-há! Não me diga que ele
conseguiu entrar no computador, não é?

Pois bem. A guria se
dirigiu à maquina, que estava no descanso de tela ( o nome da Brigada
SOS pairava na tela a momentos regulares). O descanso de tela sai de
cena, dando lugar a um site de notícias, cuja foto estampada em destaque
lhe chama a atenção.

— Kyon... MORREU???

Seus olhos cor
de ébano fitaram a tela, atônita. Um misto de raiva e desespero
pareceram tomar conta de seu semblante. Seu rosto parecia tomar uma
confusão de expressões, como se diversos sentimentos quisessesm se
manifestar em desordenado caos. Como alguém que é levado pelo vento de
um tornado, Suzumiya-san se sentiu deslocada da realidade. Um piripaque a
acometeu, e assim esteve durante todo o resto da tarde até a noite, e
atravessou a madrugada, até o romper da manhã seguinte, quando o sono,
sobre ela, desabou.

À manhã do terceiro dia, Haruhi acorda,
rodeada pelos integrantes que haviam restado. Procuravam saber se ela
estava bem, se ela queria um pouco de chá ou mesmo, uma simples água com
açúcar. Mas nada parecia a consolar.

Ela, então, decide ir até
Tóquio, levando consigo a parte da página que ela havia imprimido do
site. A foto de um Kyon desacordado, desavivado. A imagem de um Kyon,
defunto.

Ela vai a Tóquio. Koizumi, Mikuru e Nagato a seguem.

A notícia dizia que ele fora levado ao hospital de Shibuya, mas que
já chegara lá sem vida. A esta altura, ele se encontrava no necrotério.

Eles, à guisa de perguntar a esse e a aquele fulano pelas ruas,
chegaram ao hospital. Haruhi se dirigiu ao atendimento, acompanhado por
eles.

— Onde Kyon está?

— Sinto muito, mas eu não sei de
quem se trata.

Ela, então, resolve mostrar a foto à atendente,
que reconhece, pela foto, aquele que havia dado entrada, já sem vida, há
dois dias. Ela, então, diz que sabe de quem se trata, mas explica que,
pelas normas do hospital, somente a família do defunto poderia ve-lo.

— Eu sou a namorada dele, tá bom?

— Se é assim, tá bom.

Ela chama um dos enfermeiros; este os conduz para a sala do
necrotério onde, sobre uma mesa de mármore fria, o corpo de Kyon jazia.
Estava coberto por um lençol branco, de algodão. O enfermeiro, então,
descobre-lhe a cabeça, a fim de que seu rosto se faça patente.


Kyon...

Provavelmente, esta é a primeira vez que a guria dos
olhos tom de ébano se depara com uma cena verdadeiramente triste.
Inúmeros foram os momentos em que ele, mesmo sendo xingado por Haruhi,
parecia não se importar por isso. O que a irritava profundamente. Não
que isto viesse a acontecer de novo. Porém, naquela hora, ela sabia que
não seria o mesmo. Tudo havia mudado a partir do momento em que Kyon
partira. Se desta para a melhor, se ascendido ao Pléroma, ou se
aniquilado no Nirvana, não o sabemos.

Ela sempre soube que
poderia gritar com ele deseducadamente, ou chamá-lo de idiota o quanto
quisesse e pudesse, que ele não se importava com isso. Ou, pelo menos,
ele não parecia mostrar se importar com tanto. Porém, ela percebe que
ele não virá mais. Ela se lembra dos dias passados em que, mesmo que ela
gritasse com ele hoje, amanhã ele viria novamente, mesmo que apenas
para receber a sua dose diária de afrontamento gratuito. Contudo, esses
dias, ela percebera, haviam se tornado num passado. Num passado
imutável, frio e distante. E se antes ele não a revidava em seus
insultos verbais, é que Kyon a costumava relevar, tal como eu, muitas
vezes, o fizera em relação ao Zé. Mas agora, isso mudou. Ele não mais a
relevaria. Ele ignoraria sim os seus insultos. Todavia, não como um
humano vivo, e sim como um simples corpo. Um corpo sem vida. Um objeto
inanimado, cuja curta existência coincidira, em parte, com a de Suzumiya
Haruhi.

— Idiota! — fez questão de lhe dizer, num susurrar ao
pé do ouvido

.........................................................................................................................................

Kyon teve o seu corpo cremado, cujas cinzas lançadas foram no mar
do Japão.

Haruhi, contudo, havia pedido para guardar para si um
pouco das cinzas, as quais foram postas numa cápsula de acrílico,
inquebrável, inviolável. E assim passou a leva-las consigo, para onde
quer que fosse.

A Brigada SOS acabou. Para ela, sem Kyon, ela não
teria mais sentido de existir. Haruhi seguiu sua vida, da mesma forma
que sempre.

Algo dentro dela, porém, havia mudado. E o tempo, só
este nos dirá o quanto.

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